No CNN Esportes S/A desta semana, Yuri Romão, presidente do Sport, falou sobre a violência no futebol e comentou o episódio do ataque ao ônibus do Fortaleza.
“Estamos vivendo momentos difíceis, momentos em que a violência no futebol está se tornando uma chaga, problemas que presidentes de clubes não serão capazes de enfrentar. São facções, e algumas delas inclusive têm ligação com o crime organizado. Nós não temos o poder da polícia, somos pessoas sem nenhum preparo para lidar com pessoas assim”, disse Yuri Romão.
Violência no futebol
No mês passado, o presidente do Sport foi a Brasília para cumprir uma agenda de reuniões, com o objetivo de discutir a violência nos dias de jogos de futebol e a segurança pública.
Além de se reunir com André Fufuca, ministro dos Esportes, Romão também se encontrou com o Secretário Nacional de Segurança, Mário Sarrubbo, e com o Ministro do Superior Tribunal de Justiça, Og Fernandes.
Yuri Romão reforçou a urgência da criação de um novo projeto de lei no país e sugeriu a realização de um encontro entre os presidentes dos clubes, secretários da Segurança Pública dos estados, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para discutir o assunto.
“É necessário haver de fato o envolvimento de todos os presidentes de clubes […] é preciso o engajamento de todos esses dirigentes nesse sentido. Não pode mais haver complacência com marginais como esses, e é necessário o apoio, obviamente, da força pública”, explicou.
Ataque ao ônibus do Fortaleza
Em 22 de fevereiro, o ônibus da delegação do Fortaleza foi atacado quando deixava a Arena de Pernambuco, na região metropolitana do Recife. Na ocasião, o Fortaleza havia empatado com o Sport por 1 a 1, pela quarta rodada da fase de grupos da Copa do Nordeste.
Marcelo Paz, CEO da SAF do Fortaleza, divulgou um vídeo nas redes sociais após o incidente, mostrando os jogadores da equipe feridos. O lateral-esquerdo Gonzalo Escobar foi a principal vítima do ataque, com cortes na cabeça que precisaram de 13 pontos e um traumatismo cranioencefálico.
“O jogo foi ótimo, a festa foi bonita, a partida foi maravilhosa, eu saí encantado do estádio e fui surpreendido no caminho quando o presidente Marcelo Paz me ligou para me dar a notícia. Imediatamente fui ao encontro da delegação e fiquei até 5:30 da manhã acompanhando os atletas, só saí do hospital quando o último saiu, o Escobar, prestando toda assistência que precisava ser prestada, foi o mínimo que nós poderíamos fazer naquele momento”, contou Romão.
Na última terça-feira, 9, o Pleno do STJD puniu o clube de forma parcial no caso do atentado. O Sport ficou impedido de vender 25% da carga de ingressos de quatro jogos como mandante, e o setor destinado à Torcida Jovem, principal organizada do clube, permanecerá fechado. A multa segue estabelecida em R$ 80 mil.
” A impunidade que hoje existe está favorecendo esse tipo de ação [ataque ao ônibus do Fortaleza]. A gente vê quando há uma prisão, o delinquente fica cinco dias preso e depois está na rua novamente […] sou radicalmente contra isso. É uma discussão que a gente precisa ter com o próprio STJD, buscar os verdadeiros culpados para que o clube não seja culpado”, finalizou o presidente.